Este espaço foi criado no âmbito da disciplina de Estratigrafia e Paleontologia. Tem como objectivo contribuir para o conhecimento da história geológica da Terra.

Contudo podem existir alguns erros e imprecisões.


sábado, 9 de outubro de 2010

Estratigrafia, Estudo e História


Desde os tempos muito antigos que o Homem procura interpretar o meio que o rodeia, sendo essa compreensão “ambição essencial do espírito humano”.
No séc. VI a.C. Xenophanes interpretou correctamente as conchas marinhas existentes nas colinas de Paros, tal como Tertuliano (sec. II) e outros.
Foi Leonardo da Vinci (séc. XIV-XV) o primeiro a investigar e interpretar correctamente a importância dos fósseis, clarificando o seu significado, isto é, concluiu que os fósseis eram restos de organismos marinhos contemporâneos da formação das rochas.
O conhecimento não parou de evoluir, através das várias contribuições, como a de René Descartes (séc.XVII) que reforçou a ideia de evolução contínua da Terra, e as de Christian Fuchsel e Johann Gottlob Lehmann, dois naturalistas do séc. XVIII, que mostraram que no núcleo das montanhas se localizavam os depósitos mais antigos, representados pelas rochas dobradas, colocando em necessária evidência a sequência de fenómenos da história da terra gravados nas sucessivas camadas rochosas (Fig.1).
Contudo, a estratigrafia é uma ciência relativamente recente, tendo sido apenas em 1913 publicado o primeiro Tratado de Estratigrafia.
O primeiro a definir um estrato como unidade de tempo de um depósito limitado por superfícies horizontais com continuidade lateral foi Nicolaus Steno, designando este o Principio da Sobreposição. Outra das ideias fundamentais propostas por Steno garantia que quando um estrato se está formando, os estratos inferiores a este vão sendo consolidados.
Giovanni Arduino (1713-1795) descobriu 4 tipos diferentes de materiais que classificou como primários (rochas não estratificadas), secundários ( rochas estratificadas com fósseis) e terceárias (rochas formadas com restos das anteriores).
Mais tarde William Smith (1769-1839) fez o levantamento dos primeiros mapas geológicos, tendo provado a partir dos seus trabalhos a repetição das sucessões de formações geológicas em amplas áreas geográficas e demonstrado que cada grupo de estratos continha um tipo de conteúdo fossilífero característico, sendo possível subdividir uma formação com litologias homogénias com base no seu conteúdo fossilífero.




Fig.1 - Sucessão de Camadas segundo Lehmann. (Baseado na prancha XI de Birth and development of Geological Sciences, F. D. Adams, 1938, que foi reproduzida do trabalho de Lehmann, Essai d'une Histoire Neturelle de la Terre, Paris, 1759.)


Bibliografia
- Read, H.H.(1976). Geologia. Uma introdução à história da Terra.  Mira-Sintra –Mem Martins: (2ª edição). Publicações Europa – América.
- Dias, A.G.;Guimarães,P.;Rocha,P.(2008). Geologia 11. Biologia e Geologia 11ºAno. Ensino Secundário. Maia: Areal Editores.
 -VeraTorres, J. A. (1994) - Estratigrafia, principios y metodos. Ed. Rueda. (13-14).

Webgrafia
- Aspectos gerais da Estratigrafia (15 Setembro 2008), ”Fundamentos da Estratigrafia”, João Pais, UNL. Página consultada em 2010-10-02, < http://moodle.fct.unl.pt/mod/resource/view.php?id=132865>.



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